segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Relato entrevista processo Québec - Ago/2007

Antes

Eu, Thiago, sou eng. mecânico e trabalho faz 5 anos na mesma empresa de consultoria. A Silvia é formada em economia e trabalha como secretária executiva.

Somos de Porto Alegre e fomos para São Paulo na segunda-feira à noite para descansar e não nos preocupar com vôos em atraso.

Estávamos hospedados no Ibis da Av. Paulista, aliás valeu a dica Alex Martins. Na terça-feira (7 de Agosto, 2007), dia da entrevista acordamos cedo, por volta das 7hs, tomamos o café e fomos dar uma volta até o Crowne para reconhecimento, voltamos para hotel e como tínhamos que sair até às 12hs nos preparamos e descemos para recepção, passamos mais uma vez o questionário das famosas 137 questões e depois fomos almoçar. Por volta das 14:30 saímos do Ibis em direção ao Crowne, chegando lá nos dirigimos até a recepção, a moça que nos atendeu logo disse: vocês podem ficar a vontade e quando faltar 5min eu vou anunciá-los. Ficamos aguardando e até fizemos uma foto do "antes" da entrevista. Passado um tempo chegou o Felipe e venho em nossa direção para se apresentar, falamos com ele e o tempo passou mais rápido. Faltando exatos 5min o Thiago foi novamente na recepção e a recepcionista ligou para Ms. Teixeira, que pediu para subirmos em 10min, cumprimos rigorosamente a sua indicação e às 15:37 formos para o elevador. Chegamos lá e esperamos alguns segundos na frente da sala. Logo ele apareceu perguntando se eu era o monsieur Rech. Disse que sim, e ele se apresentou para mim e para minha esposa Silvia. Entramos. Ele é um cara novo, por volta dos 38 anos, pelo menos é o que achamos. Ele explicou como funcionava a entrevista, dizendo que nós tínhamos feito um pedido de imigração e que a entrevista duraria em torno de 60 min e tal (falando de normal a rápido, como nós nos comunicamos em português também). Enquanto isso minha esposa, que ficou de cuidar da doc. sempre que ele pedisse, já colocou em cima da mesa as 3 pastas que organizamos (pasta 1: cópia na íntegra da demande enviada para B.A.; pasta 2: docs originais; pasta 3 e maior de todas: projeto, viagem, vagas de emprego, ap. pra alugar, infos sobre regiões, fotos, etc.). Perguntou para mim se eu havia entendido tudo e se eu tinha uma coisa a dizer ou para perguntar. Eu disse que entendi e não tinha nenhuma pergunta. E para Silvia ele fez a mesma pergunta, e ela disse: “Je n’ai pas compris, repetez s’il vous plaît?”. Ele disse: “Vous comprenez?”. Ela disse “oui”. E aí começou realmente. Ele pediu os passaportes e foi conferindo tudo, primeiro os meus dados e depois os da Silvia. Perguntou pra mim se eu já tinha sido casado outra vez, e eu disse que não (e o mesmo pra Silvia). Dava um check do lado de tudo o que nós confirmávamos: nomes, data e local de nascimento, etc. Após perguntou pra mim se era a primeira vez que eu fazia um Demande d’Immigration e se eu havia já feito uma Demande de asilo. E após pra Silvia. Ele perguntou se eu já tinha ido pro Québec. Eu disse que fazia 10 dias que eu tinha retornado de lá. Ele gostou disso e perguntou se eu tinha ido sozinho, qto tempo e por onde eu tinha passado por lá. Eu disse que sim, e que fiquei 2 semanas e visitei Montreal, Quebec, Bas-Saint-Laurent e Saguenay (Jonquière). Ele gostou muito, de novo. Encerrada esta parte, ele pediu os diplomas e notas da universidade e de 2º grau. Perguntou se eu tinha feito a faculdade em univ, pública ou privada. Eu disse pública. Olhou atrás do diploma e conferiu se tinha o registro do MEC, e disse “ça va”. Para a Silvia o mesmo. Perguntou em que ela se formou. Ela disse economia. Ele perguntou: da macro e micro economia? Ela disse sim. Ele então passou para a parte de trabalho. Pediu o meu livret de travail. Abriu, olhou, e disse: existe um carimbo...E eu logo disse, está na parte de trás. Ele olhou lá e disse: “ça va”. Neste momento eu já estava com os contratos de trabalho e IR na mão. Ele pediu só os contratos de trabalho, e eu entreguei tudo. Olhou tudo e disse: “c’est suffis”. Pediu os da minha esposa, e após olhar, disse: você nem me deu o benefício da dúvida (e deu uma risadinha)! Perguntou pra ela o nome da empresa e qtos funcionários tem. Perguntou qual era o posto que ela exercia na empresa. Aí ela não entendeu e saiu falando qual eram as suas tarefas dentro da empresa e ele disse non, e falou em português, “qual o nome do cargo?” E então ela respondeu corretamente. Pelo que percebemos ele gosta de respostas sucintas e sem muita explicação. Nesta parte das verificações do trabalho percebemos que ele digitava bastante coisa. Perguntou para mim no que eu iria trabalhar no Québec e respondi que trabalharia como engenheiro e que sabia que o Canadá possui muitas indústrias relacionadas com o meu métier, que se localizam na região de Saguenay. Ele soltou um ar de surpresa e disse: “hmm, agora eu entendo por que você escolheu Jonquière (Saguenay). É interessante, pois quase inexistem pessoas querendo ir para estas regiões fora do eixo montréal/quebec.” (acho que ele gostou disso).

Então ele perguntou se eu tinha assinado a declaração de profissão regulamentada, que deve ser encaminhada junto com a demanda. Eu não lembrava deste documento e disse que não, mas a Silvia disse que sim e pegou a pasta onde tínhamos a cópia da nossa demanda e começou a procurar, pois se enviamos teria que ter uma cópia ali, ele olhou para pasta que a Silvia estava folhando e disse, “acho que eu vi por aqui” e a Silvia deixou que ele mesmo folhasse a pasta, mas não encontrou e passou a imprimir outra via para que eu assinasse, neste momento a Silvia achou a cópia e entregou a ele e então vi que tinha preenchido e assinado e documento ele olhou e perguntou se eu tinha conhecimento de que levaria algum tempo para eu conseguir o meu registro como engenheiro no québec, respondi que sim. Então ele perguntou se eu sabia que custava caro para fazer o registro e respondi que sim, inclusive a primeira taxa é de 455,00$CAD e então ele se convenceu que eu realmente sabia do que se tratava. Passou então a perguntar para Silvia o que ela faria no québec e então ela respondeu que poderá trabalhar na área administrativa de empresas pois tem bastante conhecimento, inclusive de área financeira e ele concordou. A Silvia salientou então que precisaria continuar estudando francês para poder trabalhar e disse que continuará na Aliança Francesa e que também já pesquisou alguns cursos de francês oferecidos pelo governo, mais uma vez ele concordou e disse que isso seria indispensável para que ela conseguisse um bom trabalho. Perguntou então se tínhamos pesquisado vagas de emprego e então respondemos que sim e que tínhamos separado por cidade e alcancei as vagas que tinha separado para mim e ele olhou, comparou com o meu CV e soltou novamente um c’est suffis e perguntou: “Et vous, madame?” Então a Silvia entregou as vagas que tínhamos separado para ela. Ele verificou se tinha vagas que não precisava muito o inglês tbém. Perguntou se ela falava em inglês, e ela disse pouco. Ele disse: “so, so? (e riu)”. Ela disse: sim. Então nos perguntou para qual cidade gostaríamos de habitar, e respondemos Rimouski e ele respondeu: “Bas Saint-Laurent” (com bastante empolgação, percebemos que ele gostou da nossa opção, acho que são poucas pessoas que escolhem esta região). Completei dizendo que lá poderia trabalhar na minha área e que temos um grande amigo que já mora nesta cidade, o que acreditamos facilitar na nossa adaptação. Bem, qdo nós enviamos o processo para B.A., colocamos a cidade de Jonquière como target. E então ele trocou pra Bas-St-Laurent sem problemas, e sem falar nada sobre esta mudança. Ele disse então que eu fora classificado como francophone, mas que estava em dúvida sobre qual o nível do francês da Silvia. Ele decidiu por non-francophone (NF), mas colocou intermediário interativo (que responde corretamente o que foi perguntado, mas que não desenvolve um diálogo).

Neste momento a impressora já estava imprimindo alguma coisa. Ele disse que havia tomado sua decisão e a famosa frase: “vocês foram aceitos pelo governo do Québec”.

Ele disse: “Eu só tenho mais uma pergunta final. Você sabe em que área pode atuar enquanto o permis da OIQ não sai?” Eu disse que sim e respondi alguns exemplos de profissões relacionadas que não exigem a Ordem. E tudo certo. Falamos que estávamos muito contentes. Ele nos deu os parabéns pelo projeto e que não via muitas pessoas tão integradas como processo e disse que nos achou bem empolgados. Deu-nos então, as últimas explicações sobre a próxima fase federal (agora falando rápido mesmo). Entregou 4 docs de CSQ (2 que ficam com nós e 2 que entregamos na fase federal).

Nos acompanhou até a porta e disse em bom português: “Boa sorte”. E eu respondi, muito obrigado (único momento em que eu falei em português). Alors, foi este o nosso pequeno e pouco detalhado relato, hehe. Provavelmente nós esquecemos de alguma coisa. Estamos realmente muito felizes!!

Esperamos ter ajudado de alguma forma.

Abraço e uma boa sorte pra todos.

Depois

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