quarta-feira, 11 de março de 2009

A experiência de ter um filho no Québec - Parte II

Continuando...

Chegando em casa, nos sentimos mais à vontade e o instinto materno começa a funcionar rapidamente. Um dia em casa e uma enfermeira do CLSC nos ligou para marcar uma visita. Marcamos para o dia seguinte e no horário combinado ela estava lá em casa. Uma das suas primeiras perguntas foi se o pai estava em casa. Bem, o Thiago tem direito a dois dias de licença maternidade pagos pela empresa e mais 5 semanas que seriam pagas pelo governo, porém, decidimos que ele não pegaria estas cinco semanas neste momento, pois minha mãe e os pais dele estavam aqui para me ajudar e ele também está no meio de um trabalho na empresa que tem prazo para ser cumprido. Caso a mãe trabalhe, o pai pode passar esta licença para a mãe e, outra opção é que o pai pode gozar desta licença num outro momento. Voltando à visita da enfermeira...
Inicialmente ela fez um questionário sobre o meu dossier de saúde, estado físico e mental. Depois fez algumas questões sobre o bebê, tipo quantas vezes ele mama por dia, quantas vezes eu troco a fralda, enfim, estas coisas. Sugeriu que nós dessemos 1ml de vitamina D para ele todos os dias, que é a vitamina do sol, já que nesta época não é possível passear e se beneficiar diretamente do sol. Verificou o peso e o estado geral de saúde dele. Analisou o apartamento onde moramos e perguntou se eu tinha alguém para me ajudar na ausência do pai. Finalizando sua visita, ela me informou sobre as vacinas e me instruiu a ligar para o CLSC e marcar a primeira vacina que deverá ser feita com 2 meses de idade. Perguntou se eu já tinha um pediatra e informei que não, que já havia procurado, porém não tinha conseguido. Ela me passou uma lista de clinicas onde atendem clinicos geral e me instruiu a procurar um clínico, pois realmente é bastante difícil conseguir um pediatra e, caso o bebê precise, o clinico irá encaminhar para um pediatra. Me passou ainda um número para ligar e fazer uma inscrição para um vaga em creches do governo. Normalmente o tempo de espera por uma vaga em creche do governo varia em torno de 2 anos. A enfermeira também me questinou se já tinhamos feito o registro do Olivier e disse que recebemos o formulário no hospital, porém ainda não tinhamos feito. Ela nos instruiu fazer logo pois, após 30 dias teríamos que pagar uma multa. O registro é feito atravez do preenchimento de um formulário que deverá ser enviado por correio para Quebec. Após, receberemos a confirmação do registro e então, deveremos fazer a solicitação da certidão de nascimento. Ela nos questinou que tínhamos recebido no hospital os formulários para receber a ajuda mensal do governo. Informei que não havíamos recebido e então ela nos deu os formulários. Esta ajuda do governo consiste em duas partes, uma do governo federal e uma do governo provincial, sendo o valor em torno de 300 Cad por mês até o filho completar 18 anos. Perguntou se eu conhecia o serviço info-santé, que é um serviço disponibilizado por telefone, durate 24 horas, onde posso ligar para tirar dúvidas ou pedir qualquer instrução, os atendentes são também enfermeiras. Finalizando a enfermeira me deixou alguns polígrafos sobre a alimentação, aleitamento e coordenação motora do bebê. A primeira visita durou cerca de 1h e pude tirar algumas dúvidas e fazer algumas perguntas.
Marcamos uma nova visita para a próxima semana. Quando o Olivier completou 8 dias a enfermeira veio nos visitar novamente, desta vez a visita foi mais rápida, justo para verificar se continuava tudo bem e verificar novamente o peso do bebê. 
Com relação ao suporte após o parto também estamos bastante satisfeitos, exceto com relação ao atendimento por pediatra. Lamentamos que não existem pediatras para atender esta vasta gama de crianças que estão nascendo, afinal as pesquisas mostram que os nacimentos aumentam a cada ano. Mesmo o atendimento por clínico geral com horário marcado leva em torno de 2 meses para conseguir uma consulta e atendimento sem hora marcada é tão concorrido e está sempre cheio de pessoas doentes (principalmente gripes e viroses, neste período) que é melhor não ser atendido do que ir lá só para verificar se está tudo bem e voltar doente. Outra opção para atendimento médico seria conseguir um médico de familia que é tão difícil de conseguir quanto um pediatra. Apesar de possuirmos plano de saúde o atendimento médico é exclusivamente oferecido pelo governo, diferente do Brasil, aqui não podemos pagar por uma consulta particular para ser atendido. O plano de saúde daqui cobre os serviços que não são oferecidos pelo governo, como dentista, exames não disponibilizados, acomodação privativa no hospital, serviço de ambulância e auxilio medicamentos.
Bem, esta é a nossa experiência e o nosso ponto de vista!
Boa sorte a todos!
Silvia

Um comentário:

Bea disse...

Entre vantagens e desvantagens ainda preferiria ter outro filho no Canadá que no Brasil! =)


Boa sorte com bebê! Tudo de bom!!

Abraços.